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A extinção do interessante

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Figura: Bronze statue of a man. ca. mid-2nd-1st century BCE. MET Museum As pessoas interessantes parecem ter desaparecido no mar de reações virtuais dos aplicativos de relacionamento. Tornaram-se extintas, ao que parece. E é esse movimento de extinção de pessoas interessantes o último bastião antes de nos tornarmos ignorantes social, política e estruturalmente. Viciadas em textos de, no máximo, dez caracteres e imagens explicitamente autoexplicativas, as pessoas são apenas números autômatos que reagem ao menor ruído. E sequer se dão conta disso. Não se vê mais paixões por obras literárias, músicas e letristas, leitura e releitura de pinturas, fotografias e filmes. O que se vê, produzido em linha e em um processo contínuo, é simplesmente a reprodução desproporcional e desconfigurada de produtos construídos para e com a artificialidade das máquinas.  E não que utilizar a máquina seja ruim. O próprio desenvolvimento humano requer novas ferramentas e novas formas de interagir...

23:40 - Não vou abrir a mão!*

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Estatua: Head from a Statue of King Amenhotep I. Dinasty 18. MetMuseum Cada vez que a luz estupra meus olhos, trazendo-me para a realidade nua, exposta em carne viva, explodo todos os poros em estupores desenganados pela ciência do acaso. Meus casos acabaram na noite passada entre a passarela do tráfico e os limites matemáticos das salas de aula. As bundas sonhadas murcharam em meio às mais novas fantasias de um rico ascendente. Na procura de subterfúgios milhares foram os meios impróprios, próprios do escárnio, que usei para alcançar a estrela da manhã e pedir, com orgulho e cara de pau, parte daquele lugar que também é meu, por direito e dever, do mundo e de seus criadores. Desci o morro falando secamente as vantagens das casas frias e as tantas sabedorias de fundo de garrafa dos bares noturnos cheios de putas e malandros. De todos arranquei os arrepios na passagem escabrosa dos dias com falados contos verídicos de terras onde a mulher come jacaré no almoço e o homem, no jan...