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O silêncio dos depravados

O silêncio, embora argumente-se que é sábio, também serve aos covardes, facínoras e corruptos. Um covarde, que atua sempre a portas fechadas, longe do escrutínio popular e da ética, busca o silêncio para se “resguardar” da justiça quando pego em flagrante delito. Por falar nisso, andamos em tempo em os inocentes são perseguidos, hostilizados, ridicularizados por não aceitarem vis esquemas que, entre outras atrocidades, existem para suprir egos e vaidades fragilizadas e quebradiças. O silêncio esconde a lama que corre em veias de corpos retocados por uma decência maleável e adaptável aos perversos interesses de mentes depravadas. Um dia esse silêncio acaba, as máscaras caem e a verdade surge – para vergonha desses que aí estão.

Teu silêncio

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Obra: Womam in a Blue Dress. Thomas Wilmer Dewing. O teu silêncio oferece-me uma liberdade que não me agrada. A falta dos ruídos que fazes não me proporciona prazer algum. Onde está o histérico sorriso que me aprisiona em completo estarrecimento? Onde estão as suas chamadas intermitentes? Onde está você, contraditória, esquecida, que não me liga a fatos estranhos e pessoas perversas? Agora somos o que sempre fomos – pedaços, rasgos, o vazio entre as ligações. E quando a poeira acumula entre os livros, sobre as teclas do meu piano, em meus olhos e não chegas para tirar-me da solidão fica apenas as lembranças de outrora, quando aproveitávamos o sol primaveril para alçar longos voos em planos e devaneios. O teu silêncio, mais opressor que tuas injúrias, prende-me em outros silêncios ainda mais profundos, em revoluções ainda mais violentas. E esse teu silêncio não acaba nunca. Nunca acaba.

Silêncio abandonado

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Manoel de Barros, em Menino do Mato Há quem grite; entre em desespero; humilhe-se. Há quem estimula a pena alheia e de quem nunca imaginou,o dó. Há quem nada fale. Há quem tudo diga, sem ao menos descerrar os lábios. Cada um com suas urgências, crises emocionais, distopias ritmadas e aflições  diversas. E, sem que notemos, não ouvimos o outro, por mais que este grite, nem nos tocamos com as palavras ditas - em nossas cabeças apenas os nossos silêncios e os nossos gritos importam.

Silêncio #04

O Silêncio trás à tona a realidade nua inerente ao indivíduo que cala, mesmo que não o faça ao mundo, tornando-o instrumento de si na calma ou correria que nos rodeia a toda hora o dia inteiro. O estado de silêncio, se não o melhor, é um dos melhores companheiros para se estar a qualquer hora em qualquer lugar sem correr o risco de uma má companhia já que, como dizia Nietzsche, toda companhia é uma má companhia. Silêncio que cria a arte plástica, que inaugura a poesia cantada com o canto de poetas mortos, é também elemento originário do autoconhecimento. Propõe um sutil barulho, isto é, uma sutil voz interior que cabe a cada pessoa ao ouvir e interagir nas horas de prático exercício do silenciamento pessoal. Pode estar, ou exercitar, em silêncio em meio a multidões, pequenos grupos ou em dupla porque o essencial não é exatamente o meio em que está, mas os motivos que o levaram a  estar silenciosamente quieto. Entretanto, o silêncio não pode estar presente no cotidiano do indiví...

Espetacular vida real

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Espetacular Homem-Aranha O silêncio corre por entre pessoas e incursões no rumo novo das reorganizações e de todas as novas aventuras que estão esperando, na esquina, nos bancos, nos eventos públicos, na brisa fria, nos encontros não planejados, nas bondades noturnas, nos improvisos.   E quando a tela ilumina o rosto do telespectador, espera-se que a surpresa, planejada ou não, provoca a expectativa daquilo que só o escuro pode esconder, tendo, como plano de fundo, o alto barulho da aparelhagem som escondendo soluços e risos. E, de repente, surge alguém estranho, querendo fazer comédia, misturando expressões facebookianas em meio ao classicismo das histórias em quadrinhos. Ali, na tela de um cinema de uma cidade interiorana, agradável e fria, o herói é montável, aperfeiçoável, moderno, sempre jovem. Seus defeitos? Todos os que os fãs podem atribuir. Apesar disso, todos gostam, todos apreciam o enredo e suas modificações, embora não tão boas, às vezes. O Espetacular ...

Relação

Levanta!  Corre!  Atravessa a morte de mãos dada com o perigo.  Corre mais uma vez. Espera.  Sobe. E no silêncio comum aos desconhecidos aguarda hora de ser vomitado pela lombriga metálica! Como um verme degustador de carne podre, expeli-se para fora do hospedeiro em busca de outro meio de sobrevivência. Na caçada de mais formas fracas de vida encontra um outro esconderijo onde poderá se alojar e passar o tempo necessário até levar à morte o novo ambiente. E ninguém perceberá o desfalecer desse novo agradável lugar! E nas manhãs faz seu desjejum no estômago alheio. Durante as tardes, repousa no cérebro de outro. Nas noites frias, articula-se no tórax de outrem.  Levanta!  Espera o sono passar!  Não come!  Não Busca novos hospedeiros! Não vive!  Hóspede e hospedeiro são intrinsecamente dependentes. Um precisa ser consumido e outro de consumir, estabelecendo uma relação finita e proveitosa entre meio e obj...