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A saudade que a gente não entende

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cena do filme Capitães da Areia Interessante: de repente amores que vão provocam saudades, íntimas, pequenas, fracionadas em doses diárias. E é aí que habita o diabo! Entre uma fração e outra de saudade muitos indivíduos ligam para seus antigos amores para sabe-se lá o quê! E não é preciso mencionar o depois dessa procura. No entanto, uma discussão interessante nessas horas é: existem amores antigos? Para ser sincero, essa história de amor já é dúbia no sentido de existência e sobrevivência. Já quando a conversa migra para ex-amor tenho certa rigidez em alguns pontos: a) não existe ex-amor; b) se alguém usa essa expressão para designar alguém, salvo o samba, é porque nunca nem foi paixão. Compreendo os saudosistas que buscam nas cortinas do passado bons momentos. Portanto, busque relembrar bons momentos sem esquecer que boas pessoas se tornaram más e desrespeitosas. Quando se entende isso, a saudade não afeta negativamente e a vida fica muito mais tranquila.

Chegamos ao fim

Existe quem se apaixone pelo fim e dele faça parte, projetando todas as experiências e amores na expectativa de término, de ponto final. Pontos finais. Amores finais. Suspiro final. Há uma dramaticidade em acabar tudo, em chegar ao fim. Na morte – seja de um romance, seja de uma vida. É assim que se terminam os dias e começam livros, histórias e intimidades entre leitor e escritor, entre homem e mulher, entre vida e morte. A relação entre essas duas maneiras de estado, começo e fim, é o que determina as vitórias, a saudade e as noites insones. É assim que se chega na sexta-feira, com o fim de uma semana útil, com amores guardados na gaveta, livros abertos na estante, um drama latente para o próximo começo.

Finados

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Foto: Amanhecer de 02 de Novembro. Rafael Rodrigo Marajá O Finados raiou ao som dos tiros de Don Corleone sobre seus inimigos, com janelas abertas ao sabor da rara brisa da madrugada, ao som da vida urbana que desperta para o último dia da semana – feriado, mórbido, desnecessário. Sob o Sol que surge milhares de pés irão perguntar-se o que fazem nesse mundo “injusto” sem os maravilhosos mortos, descarnados pela terra. Todo morto é santo.  Toda puta é religiosa depois de morta. Parece não haver pecado sob as poucas pás de terra que separam o mundo dos vivos do dos mortos. A morte é generosa para com aqueles cruéis espécimes humanos que foram aprendizes de demônios em vida, pois dar-lhes a possibilidade do não pagamento em vida de seus pecados. Também é uma justa oferta de paz a todos os que foram exemplos de vida a ser seguido. A morte, tal qual o ciúme, é uma arma branca de dois gumes. Amores que se foram cedo demais. Inimigos que demorarão a ir. Saudades que ficam, am...

A solidez de um monstro

É estranho. A saudade é, de todos os sentimentos que cultivamos, um monstro de inúmeros tentáculos que se agarra ao nosso corpo e prende-nos ao mais trágico estado de vida, ao mais deprimente dos sonhos: aquela fantasia do passado que pode renovar-se e voltar. Isso é muito estranho! Por outro lado, não sentir saudade de nada é recompensador e trágico! Quando sente saudade de algo ou alguém isso significa que se teve bons momentos, ou não, e que, de algum modo, algo ou alguém ficou incrustado em algum ponto entre a aorta e o musculoso coração. De todos os lugares que alguém pode estar, esse é o pior pelo simples fato de que daí não se pode extrair, ou tentar, sem grandes dores e muito suor. E, no fim, nunca ninguém consegue. É recompensador apenas pela alegria um dia vivida. Mas é trágico para todos aqueles que relembram. Rememorar é trágico sempre que ocorre o desterro de algo ou alguém que não merece a lembrança. E veja a estranheza disso: é trágico lembrar por que ne...

Talvez lembremo-nos

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Área verde - UFS, São Cristóvão Talvez, acabemos tão separados de nossas simplicidades, de nossos pequenos egoísmos que acabemos caindo no abismo da perdição que José de Alencar tanto cita em seu renomado Lucíola. E, entre as efemeridades, acabemos efêmeros, egoístas demais para caber no mundo e na ordem reinante. Outro dia, lembraremo-nos daqueles olhos que sorriam à nossa chegada, daquela alegria infantil que absorvia o dia em grandes divertimentos, que de tão simplórios, acabaram se perdendo em mesquinharias criadas pela doentia maneira de nunca acostumar-se com a tranquilidade do que é bom e infante. Lembraremo-nos das vezes que acabamos indo dormir felizes, apesar das discussões diurnas. Lembraremo-nos das lembranças que compunham o segredo e a publicidade, a razão e a despreocupação, a ação e a passividade. Lembraremo-nos de tudo o que nos fez estar juntos, quando as consequências eram as mais pessimistas. Lembraremo-nos de todos os que choravam ao nosso redor e das ...

Saudade e Assalto

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Hoje é Dia da Saudade! E o que cada  indivíduo pode ter saudade ou querer de volta pode ser revistou, redesejado nessa data sem o menor problema ou pudor. Com o detalhe que as coisas passadas não mais voltam, nem os desejos suprimidos reflorescem na mesma situação e proporcionalidade. Esse é um dia em que a nostalgia tomará conta  de algumas pessoas fazendo lágrimas rolaram, sorrisos surgirem e olhares perdidos em meio a um mundo de eventos passados, às vezes nem tão antigos. Para todos um bom Dia da Saudade! Nesse mesmo dia em que pessoas estão cometendo assaltos com prejuízo, inclusive, à língua portuguesa na porta da Universidade Federal de Sergipe, em São Cristóvão. Uma vergonha para os estudantes que se matam durante os períodos. E onde está a força policial? O que eu sempre digo; o Rosa Elze é violentíssimo e uma hora ou outra todos serão assaltados! Saudade de assaltos? Ninguém quer nem ter nem passar.