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Mostrando postagens com o rótulo Negro

Esse negro capitão-do-mato

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Foto: Military Flail. Met.   O Negro foi estrategicamente dividido entre preto e pardo (de várias tonalidades) como forma de dividir um povo já enfraquecido pela fome, pela violência - física, moral, econômica e psicológica-, pela inacessibilidade à vida digna e pela total falta de tudo o  que poderia humanizá-lo. O negro, totalmente sem valor pela elite brasileira e pelo seu braço social - a classe média -, continua sendo o atendente do posto de combustíveis, a faxineira, o trabalhador da coleta de resíduos urbanos, o porteiro... para essa gente branca detentora do Estado, do poder econômico e de um prestígio social autocriado para autossatisfação, o negro continua sendo o escravo sem alma, sem opinião e sem vontades, que merece apenas comer o básico para ter força para os trabalhos pesados e para a procriação, como se animais não humanos fossem. Para minimizar a as críticas dos pares, criou o Dia da Consciência Negra. Veja que até nisso o racismo se mantém - a consciênc...

A beleza do Candomblé

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A beleza do candomblé está no relacionamento entre homens e Deuses e no fato de que estes nunca estão suficientemente longe para que não cuidem dos seus filhos. Uma religião que mostra que o respeito e a delicadeza podem estar de mãos dados com a força. Uma religião cuja história revela a história do povo brasileiro e que, por essa razão, é vítima de ataques e de preconceitos daqueles cuja raiz é negra e religiosamente candomblecista.  Tal sentimento do belo decorre da dança, da música, do respeito, da comida, da tradição, do idioma e da deferência entre os próprios Orixás e entre homens e Orixás.  Que o amor que Oxalá sente por seus pares e por seus filhos se estenda a todos aqueles que demonizam o que é diferente fazendo com que as barreiras que impedem o crescimento espiritual de todos nós sejam vencidas por esse amor. Que sejamos negros, na alma e na força do nosso axé.

"Um urubu pousou na minha sorte"

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Vivemos sob o domínio do ódio ao que é preto. Olham com estranheza para humanos, gatos, cachorros e aves da cor preta. Isso deve ser um reflexo do medo da morte e de uma suposta prestação de contas. Seja como for, são nossos atos ante a cor preta da pele, dos pelos e das penas que definirão a absolvição ou a condenação nesse suposto julgamento final. E pelo que tenho acompanhado, muita gente já tem um lugarzinho reservado no Colinho de Satanás. De tudo o que é preto o que mais é hostilizado e injustiçado é a ave carniceira, o nosso não tão querido urubu. Essa espécie faz o trabalho incrível e indispensável de sumir rapidamente com a carniça exposta sobre a face terrestre. E nessa função ela é extremamente eficiente. Já vi, no Cidade Alerta, um programa policial e sensacionalista de Alagoas, um urubu puxando "a tripa do cu" do cadáver, desovado há uns dias antes da reportagem. Caminhando pelas pedreiras em Palmeira dos Índios já vi os urubus dando cabo de lixo orgânico (jo...

Empregada negra, por favor!

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Chamada da novela A empregada ainda é negra. Algumas gordas, sempre com um pé na vulgaridade e outro no analfabetismo, como se para ser doméstica é preciso também ser ignorante e submissa: nunca questionar, sempre obedecer. As telenovelas continuam propagando a ideia de que a empregada carrega em si e em seus modos a herança escravista em que, no passado, carregavam os senhores nas costas e esvaziavam os penicos de seus amos; e que, hoje, são relegados aos serviços domésticos e à demonstração constante de sua “classe e lugar”. Império , apesar de ser um pouco melhor que sua precedente, continua com a mesma linha: a negra, gorda - em algumas vezes -, submissa e até piriguete, serve à sua patroa sem pestanejar e sem nunca questionar as atitudes desta. Em família , com exceção de apenas uma, tinha todas as empregadas negras. Voltando um pouco no passado, Avenida Brasil também. E assim acontece com o principal produto da Rede Globo, desde sempre. Enquanto o Congresso Naciona...