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O raiar cotidiano

O verão é engraçado e, até certo ponto, estranho. Enquanto que em Londres existe o cotidiano de o sol estar presente até as 19h, abaixo do equador o sol fica, no máximo, até as 18h20, no verão apenas. O sol começa a nascer um pouco mais cedo também e às 6h já existe um quê de dia alto.  Há manhãs que começam frias, depois de uma madrugada fresca, cujo prenúncio não é o de nada menos que um dia de sol a pino, inclemente, escaldante. Um tipo de sol que somente os pobres e trabalhadores a céu aberto e os usuários de transporte coletivo podem classificar de infernal, se o este for mesmo quente. À seis horas, com uma brisa fria e os raios solares inclinadamente presentes na rua e nas paredes de casas inacabadas, a rua Mabel de Assis Santos ainda dorme. O homem da esquina, idosamente caduco e com má fama, ainda não ligou o som do carro com os hits dos anos dourados. A mulher da casa em frente, exímia gastadeira da herança deixada pelo marido morto e paga pelo governo, ainda não a...

O muro da Senhora do Carmo

Os fiéis da Capela Nossa Senhora do Carmo, logo após a "faixa", bem pertinho do Sergipetec, nem sonham que suas contribuições financeiras, suas quermesses, sua devoção servem a fins ainda mais nobres quando a Capela está fechada e o breu da noite encobre essa terra tão quente nos dias ordinários. De frente para a porta de entrada, em certas noites quentes, mãos ainda mais sedentas percorrem o quadril da jovem mulata, acariciando suas coxas, apertando cada reentrância. Essa mesma mão que procura a porta do céu, como bem ressalta Luiz Caldas, provoca fricotes pelo corpo todo de uma inocente impúbere que mal sabe o mal que o falo ligado à essa mão pode provocar. Ela senta nas pernas magras do malandro e acomoda-se para abrir a boca de forma suficiente para deixar sair os diminutos e excitantes gemidos. Passos ritmados fazem a dança frenética momentaneamente hibernar para logo depois voltar com ainda mais força e sublime desespero. Em outras noites, em pé, apoiados ...