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A questão fundamental

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Arte: The Seated Clowness. Henri de Toulouse-Lautrec. Met.  Não vivemos de política, nem de amor-romântico, nem de problematização de questões sociais e filosóficas. Não vivemos de brisa, nem de trabalho, nem de dramas supérfluos.  Vivemos de comida, sexo, cismas, estresses, metas e responsabilidades - que nos moem de dentro para fora e move-nos em direção ao progresso, senão da humanidade, ao menos pessoal.  Vivemos esperando a transa matutina com os corpos desejáveis de desconhecidos amigáveis; esperando a venenosa comida plástica vendida em programas de TV e redes de fast food; esperamos pelo carro do ano; esperamos pelo momento certo; esperamos pelo instante em que ou agimos ou nos escravizamos à covardia. Compreender que não podemos deixar para amanhã o que deve ser feito hoje é fácil.  Difícil é enfrentar as adversidades e os monstros psicológicos e seguir em frente, deixando-se degradar pela opinião alheia e pela força maligna do atraso e seguir ...

21:30 - Alter-ego*

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Quadro: The Sofa. Henri de Toulouse-Lautrec. MetMuseum Alimentava-me de suas conquistas como se elas fossem o mais nobre manjar. Respirava seu perfume para que os odores do mundo não ofuscassem seu leve passar entre rosas e gramas. Se suor foi engarrafado e bebido nas noites quentes e, nas frias, destrancava seu calor para um adormecimento tranquilo. Corrigi o mundo com toques de simplicidade, música, poesia, sorvete e publicidade – de beijos, atos, paixões. Distorci tudo como quem se desfaz de linhas envelhecidas tornando os recantos mais belos, apesar da poeira. E quando pensava que não podia fazer mais nada, surpreendi-me refazendo-me, reciclando-me, recriando-me sob todas as perspectivas existentes entre um ponto em uma nuvem cor de chumbo e o mar azul-esverdeado. Transformando-me em milhares de pessoas, tentei ultrapassar a barreira do possível, do tempo e dos desencontros. E para cada personalidade nova recém-criada também nascia um vício, um amontoado de atos destrutivo...