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Estilo brega funk

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Gravura: A Woman Playing the Theorbo-Lute and a Cavalier. Gerard ter Borch the Younger. Metmuseum.  Há alguns anos, quando a inocência ainda insistia em fazer parte do meu DNA e a minha vizinha da casa da frente ainda não tinha namorado, pensava que o pior das músicas nacionais já havia nascido e espalhava-se nas rádios, nas casas, nas ruas, nas festas familiares, no carnaval, nas quermesses religiosas do Rosa Elze e era facilmente encontradas sob a interpretação de Pablo, a voz romântica.  O drama que Pablo fez dissipou Brasil a fora com suas interpretações ou deixava, ou ainda deixa, as pessoas em completo estado de descontrole emocional. Inocente, ouvindo a pulso, a letra e a melodia entrava pela janela, pela porta e por todas as frestas possíveis; e desde o comecinho do dia até altas horas, aprendi, se não todas, a maioria das composições da fina flor de um estilo musical tão popular quanto as areias da praia no final de semana.  Porém, Pablo, a voz român...

Hits

Na casa de frente o som saía por entre as frestas inundando a rua com um funk delicioso em que a boceta de uma mulher ideal sobe e desce em um mastro negro periférico.   Na casa ao lado um sertanejo avisa que está abraçando uma garrafa e que não quer parar de fazer isso.  Na casa entre essas duas uma macia e deliciosa boca sobe e desce entre as pernas de um pardo, fazendo com que gemidos guturais sejam expelidos por um safado a mais no mundo. Sentindo o gosto do sexo, sugando o sexo, sendo o próprio sexo, ela deixa o calor opressivo de lado e banha-se em porra e suor. As casas vizinhas atiçam os transeuntes com mensagens diretas ou subliminares de sexo e poder enquanto que ela vive o sexo e o poder ao som das fantasias daqueles que esperam um dia saber o real significado de hits tão deliciosos.

"Se ficar de 4 é 4 anos de pau dentro"

Um hit que parece que vai ser o jingle natalino na periferia não está sendo atacado por ser "vulgar" ou de mal gosto, mas por prometer o que os homens não podem cumprir - quatro horas de sexo direto na mesma posição. A velha mania de falar mais do que fazer parece ser uma característica nata do brasileiro, da periferia à Capital Federal. Na periferia os lekes e os malandros prometem fodas homéricas enquanto que a verdadeira trepada, que arreganha e assa o povo, ocorre em Brasília. Robinho Destaky,  Abalo e Fernandinho Problema, ícones da Música Popular Brasileira, popularizaram o Brasil, que ficou de quatro nas eleições 2018 e agora vai levar pau durante quatro anos - porque o tempo, numa foda, depende do tamanho do rabo de quem está, alegremente, de quatro. Isso, sem sombras de dúvidas, é o Brasil: uma novinha de quatro levando pau do macho que canta funk, ou de que quem cita o famoso slogan "O Brasil acima de Tudo. Deus acima de Todos".

Misturas de conhecimentos

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Quando digo que gosto de ouvir MC Catra, Valesca Popozuda, Leoni, Nando Reis, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Legião Urbana, O Rappa, Ana Carolina... as pessoas têm a reação mista esperada de surpresa e constrangimento como se ouvir apenas um estilo musical fosse o suficiente para alimentar a criatividade e saciar os insigths necessários para boas ideias.  Sim, funk, pop, rock, forró e os demais estilos são capazes de dar boas ideias para as mais diferentes situações. E ideias sem precedentes! O problema é que as pessoas acostumaram-se às limitações que se autoimpuseram e acabam sendo vítimas de suas próprias restrições. Acabam por ser medíocres e sem criatividade, sem assunto para qualquer hora e sem visão. Acabam sem imaginação, o que é ainda pior. E se fosse só na música isso seria razoável. Porém se estende à literatura, aos estudos acadêmicos e à cultura geral. O resultado imediato é um conhecimento adquirido pobre e sem muitas aplicações, limitado desde a gênese. Pou...