Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Charles Sheeler

As nossas pequenezes

Imagem
Foto: Egyptian Sculpture. Charles Sheeler. Met. A gente sempre quer alcançar uma coisa grande. A gente sempre quer ser grande;  quer ser mais. O contrário disso é disritmia com a nossa natureza humana. No entanto, olhar para o todo requer coragem e uma dose cavalar de desânimo. É por isso que temos que olhar para as pequenas partes e buscar as pequenas, porém trabalhosas, vitórias. É por meio das pequenas partes, quase insignificantes, que somos feitos e do que são feitas as nossas alegrias mais efêmeras. Somos sol, ar (e estresse), chuva (às vezes de lágrimas e desespero), pequenas vitórias e grandes desassossegos. Assim é que a gente vive nesse mundo de obrigações inventadas, querendo ou não.

Status quo

Imagem
Foto: Egyptian Sculpture. Charles Sheeler. Met. Embora saibamos que a vida, essa sucessão de acontecimentos aleatórios e descontrolados, seja para uns uma corrida contra o tempo para ver quem chegará primeiro a marte com uma melancia no pescoço montado em um unicórnio enquanto que para outros  ela é só uma maresia de má sorte. Independente de como se queira levar a vida, não se pode admitir a mediocridade ou a humilhação como algo normal e esperado oriundo da estrutura social e necessárias para o próprio desenvolvimento social/espiritual/econômico/intelectual. Não se pode aceitar que o homem, com qualquer  status quo, aceite trocar suas possibilidades por um medo irracional de parecer arrogante ou orgulhoso perante uma sociedade escravagista e injusta. Há uma hora que é preciso olhar para a vida, para os que condenam a arrogância, o orgulho e todos esses "sentimentos" e enviar-lhes os cumprimentos do FODA-SE. FODA-SE a vida. FODA-SE  dualidade entre o div...

Raios indiferentes

Imagem
Foto: New York - Washington Square. Charles Sheeler. Met. Faz sol no mundo dos injustos e aqueles que não suportam um feedback estão assustados com a possibilidade de uma chuva de críticas. E tudo o que se pode acrescentar é que títulos acadêmicos não foram inventados para servir de anteparos diante de verdades trovejadas e a estabilidade financeira não serve como lastro diante da incompetência evidente e comprovada. Há aqueles sobre os quais o sol faz bem, mesmo quando o calor e a luminosidade são inclementes - são esses os justos? São esses os que dormem com tranquilidade quando a noite chega? São esses socioeconomicamente instáveis? O que se pode saber com certeza é que a luta não pode parar, assim como o sol, mesmo sobre os injustos, não para de brilhar.

Decrépitos virtuais

Imagem
Foto: Doylestown House. Charles Sheeler. Met.  A necessidade de tudo postar nas redes sociais revela mais que o início de uma patologia - revela um caráter fragilizado que, não fosse as redes sociais, travestiria-se de preconceitos para impor ideais nocivas não apenas ao meio que frequenta, mas até mesmo a aqueles que estariam fisicamente e virtualmente distantes. Indivíduos que se autoafirmam a cada passo estão tão longe de si mesmos que seria preciso reinventar a própria noção de espaço virtual e alongar as incapacidades humanas para que essas criaturas conseguissem enfrentar o espelho sem ter que impor corretivos imaginários a suas próprias deficiências. O que se tem, aos montes e nas mais diferentes hashtags, são seres que vivem na pós-verdade utilizando ora palavras antiquadas ora nenhum signo para expressar a inutilidade de seus corpos, suas mentes, suas vidas em um mundo que não precisa deles.  O mundo precisa de realidade - seja no subjetivismo da alma ...

Cultura lacrimosa

Imagem
Foto: Statue of Diadoumenos. Charles Sheeler. Met. Domingo. Como de hábito, o dia de arrumar-se, ir à uma igreja qualquer e chorar porque não se tem um "pai" ou um "filho", mas apenas a promessa escrita e incomprovada de uma vida tranquila após a morte. Histerismos. Cada um que vai a essas liturgias creem-se em domínio da verdade e de uma fé inabalável; crê-se tomados de uma religiosidade danosa, tal qual os fanáticos puritanos de Silent Hill (2006), que arrasta à lama o bom senso e a imagem da verdadeira fé. E agora que aderem ao culto da tristeza, do abandono, da perda e da morte paterna há muito pouco o que se fazer para mudar tal cultura. O remédio é viver. Os abandonados filias que superem. A morte que cuide dos seus mortos. Os vivos que aprendam a viver.

O vizinho e a doutora

Imagem
Foto: Cast of Giuliano of Médici by Michelangelo. Charles Sheeler. MET.  O vizinho da esquina que só ouve músicas de baixa qualidade não é muito diferente da doutora que leciona em universidade pública - é a falta de refinamento que os aproxima. Um ouve o que lhe parece cult; a outra não possui firmeza de caráter para defender suas próprias ideias. A humanidade é assim  - covarde em sua maioria e ridícula em pequenas ilhas de isolamento que cria sob a forma de humanoides deprimentes e serventuários do dinheiro. Não há muito o que discorrer sobre quem não quer melhorar-se e seguir sendo parte de uma massa que alimenta mercados populares. Não há muito a ser feito contra essa cultura danosa que faz das periferias reduto de dinheiro e mau gosto.  Não há muito o que fazer para melhorar doutores que pensam ser a cereja do bolo do conhecimento. Apenas lamentar que gente com tal status quo não tenha compreendido o próprio papel em nossa sociedade e na atual era do ...