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A conservada dos conservadores

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Prestes a completar dezoito anos, a família planeja dar-lhe um notebook. Muito louvável o pensamento de que a " menina " de um aparelho para estudar - inclusive para o enem. A família faz-lhe os seus gostos - comida vegana, transporte urbano por Uber , tolerância a um namoro de benefícios questionáveis e manhas que não cabem em uma ordinária descrição são o piso sobre o qual edificam um comportamento autodestrutivo, em vários aspectos. Agora esqueceram que a mocinha perde-se entre a casa e a escola e é encontrada horas depois na casa do namorado (e só o pai nem sonha com isso), não tem disposição para estudar nem o abc do ensino médio e a própria casa não sabe o dia que foi varrida. Mas a bichinha merece um notebook para estudar, durante o dia, porque durante  a noite ela vai estudar virtualmente o que já está cansada de estudar no namoradinho mais velho. E o que isso tem de mais? Na verdade, nada, não fosse o fato de o referido núcleo familiar não se arvorasse...

A maldição da vela

Quando as velas do bolo, sempre colorido e bem açucarado, são acesas, rostos esticados em sorrisos estranhos começam a cantar clichês e a desejar "muitos anos de vida". O indivíduo assopra, espalhando saliva por  todo o bolo e os rostos alegram-se a afirmar que o reacendimento automático Dias velas significa "mais anos de vida". E uma fixação em "muitos anos de vida", como se isso fosse algo bom, que representa uma bençãos contínuas de uma divindade responsável pelos "muitos anos de vida". Uma vida longa como as de muitos Severinos descritos por João Cabral de Melo Neto é uma vía crucis que não se abrevia de nenhum modo, submetendo o triste vivente ao castigo de pecados e procrastinações sequer cometidos. Uma vida que não merece ser longa. Por outro lado, uma vida curta, cheia de aprendizado e crescimento, temperada com uma felicidade real, merece ser do tamanho que é. Porque a vida não pode ser esticada para além do humanamente possíve...