Orgânico Robô
Não adianta esconder sua coleira virtual.
Nas suas roupas, no seu modo de falar, na sua dependência pela aprovação que vem do julgamento alheio e na sua carência agressiva e raivosa - em tudo o que você esbraveja cotidianamente é possível perceber a sua coleira.
Cansando pai, mãe, irmão, filha, vizinho, colega de trabalho você segue tendo sua vida ditada pelos algoritmos do Vale do Silício como um animal abandonado que a muito custo encontrou uma mão de ferro para dominar seu corpo, seus atos e sua mente.
Agora você não lê textos maiores que um parágrafo de 240 caracteres, não desvia o olhar da tela na rua, sente a necessidade de tudo gravar, não aproveita o percurso de um processo de crescimento. Agora você é só um robô orgânico que precisa trabalhar para manter o algoritmo.
Agora você não é nada além de uma máquina com necessidades orgânicas e sua coleira virtual sinaliza que sua inteligência está em franca obsolescência.
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