Palavras de um velho

 Nunca, nunca mesmo, devemos voltar para onde tanto lutamos para sair, mesmo que seja a única opção. As coisas tendem a dar errado porque até as pedras da rua, seus pensamentos mais obscuros e seu íntimo sabem que aquilo, aquele lugar, aquela pessoa são representações de algo ou um momento terrivelmente ruim.

Quando voltamos, por descuido ou sentimento de urgente necessidade inaudita, vemos os caminhos que dão em terrenos baldios, misérias sem fim que nos coloca em pé de guerra com nossa própria boa vontade. Tristes história de um velho que se mata a cada encarnação por não saber como encerra o ciclo curto da vida - são essas as reminiscências de quem sabe que voltar nunca significa boa coisa.

Há que se dizer, no entanto, que nas vezes em que voltamos (e apesar de tudo o que foi escrito não são poucas as vezes) igualmente nunca somos os mesmos, nem as circunstâncias são as mesmas, nem mesmo o espírito alheio é o mesmo.

Não obstante tudo isso, esse velho volta, sempre volta, a essa terra, à tentativa, ao ciclo que parece nunca acabar. 

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