Inflamado estar
Está aí, o tempo, a chave da porta, o cadeado destrancado, a rua livre, a desconexão com os pudores.
Tudo está pronto.
O caos no devido lugar.
Mais tarde, quando a rodovia estiver sendo ocupada pelo movimento dos automóveis e o dia exigir rotina, comida, sono, metas, trabalho, família nada mais poderá ser acrescentado. Eu talvez não poderei ser acrescentado.
Talvez eu já não esteja mais aqui, sob casas de aranhas e entre poeiras diversas, quando a porta resolver abrir por livre e espontânea vontade. Um dia, que sempre chega, o prazo de validade acaba e então só o resquício de uma lembrança há de sobrar.
E é assim, demonstrando na medida apropriada e ressalvando o que um dia pode sumir, que a liberdade existe para todos.
Isso, ao contrário do caminho até aqui, não é para fazer sentido. É para queimar a madrugada, a mente, os olhos, a vida.
Isso é o que sobra quando nada mais é suficiente.
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