O primeiro domingo
Pela tela desiluminada do meu aparelho móvel eu vi a dedicação na cozinha, lavando os pratos enquanto no forno a comida ficava pronta.
Eu vi por uma tela desiluminada e em sigilo.
E não pude deixar de ser aquecido pelo tempo dedicado à arte da culinária, à recepção, ao entendimento implícito, ao silêncio.
O ano começa entre pelos, sob garfos, ao som de espirros e com olhos marejados ao observar a correção de uma das inúmeras injustiças cometidas contra o povo, em um passado próximo.
Olho para o rosto suado, para a pele negra e sinto o suor com os lábios.
Eu não sei como será amanhã e onde poderei estar. Por hoje, eu sei, isso é suficiente. É tudo.
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