O chicote


A classe média, assim como as outras classes, nunca muda. Apresenta peculiaridades quando é do interior, mas sempre discursando palavras macias com o chicote nas mãos.
Outro dia, andando nos bastidores empresariais dessa classe média, eu ouvi e vi as ações terríveis que o chicote do salário faz nas pessoas e as coisas que estas precisam fazer para a bajulação de todos os dias (isso ou o olho da rua, a escolha é simples). Um chicote que humilha, objetifica e sacrifica pessoas. 
Seria o salário ruim?
Obviamente ninguém trabalha de graça. Porém, ninguém precisa rebaixar-se à vileza para poder sobreviver. No entanto, é isso que a classe média, crendo-se dona do capital, provoca nos pobres. 
Ah, os pobres!
Doutrinados, manipulados, execrados, nunca deixam de ser a autoafirmação que a classe média e a elite precisam para sentirem-se dignas de atenção, sempre dos pares.
Os pobres que carregam o peso da própria existência e do luxo de poucos são os mesmos que temem perder migalhas e tantas faltas apenas porque disseram isso repetidamente a eles, que sempre acreditaram.
Os pobres são coisas, assim como os escravos, porque fizeram deles coisas a serem usadas, destruíram sua autoestima e amor próprio de forma mais eficiente do que com os escravos, que sempre resistiram.
O chicote está estalando, consegue ouvir?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reunião de faces

Maníaco do Parque: entre o personagem e o homem

Nada além do que virá