Brasileiro vulgar

Quando vejo as massas burras e manipuláveis entupindo as redes sociais de protestos ineficientes sobre a corrupção generalizada que sobra o Brasil como um 'pastel de vento' não vejo outra solução que a mais óbvia: recostar-me na minha sorveteria e tomar sorvete até esquecer das imbecilidades aplaudidas.
Falam contra o Governo Federal e o aumento de impostos. E esquecem que os Governos Estaduais aumentam as pequenas contribuições em um número muito superior ao imposto pelo Palácio do Planalto. Reclamam da corrupção e praticam as inocentes pequenas corrupções.
Isso não dá nojo. Isso provoca desprezo.
Uma classe "trabalhadora", em greve desde maio, e que sai na frente quando se fala em corrupção é a dos professores universitários. Sim, a maioria é corrupta até a raiz do cabelo.
Se você for lá na Universidade Federal de Sergipe, por exemplo, notará, sem grande  esforço, que o coronelismo deixou de ser na política e passou a ser na educação.
Professores que devem produzir para contribuir para o desenvolvimento nacional burlam a lei e os regulamentos para suas comodidades, sem deixar de receber por isso. O trabalho devia se tornar público por meio de artigo científico publicado em revista. Devia.
Na prática eles revezam, ou seja, um faz o artigo e coloca o nome de todos os outros como co-autoria. No ano seguinte outro publica outro artigo e o esquema se repete. E assim eles ludibriam as agências de fomento à pesquisa, como o CNPq, e o MEC. E poderia ser aceitável se todos, de fato, colaborassem. Mas até as pedras da rua sabem que a maioria nem lê o resumo do artigo publicado. E, no entanto, sentem-se no direito à greve para lutar contra a corrupção e o sucateamento do sistema de ensino.
A seleção de bolsistas pibic, pibex, pibid seguem a lógica do 'quem indica', mesmo existindo editais e um sistema on line para essa seleção (como o docente é quem escolhe e aprova via sistema, todo o processo acaba sendo falho e corrupto). A meritocracia universitária é a maior piada do nosso sistema de ensino.
E, apesar disso, os docentes lutam por aumento de salário em um momento crítico para nossa economia e levantam a bandeira contra a corrupção.
Embora essa classe seja a escolhida para ilustrar como é a vida prática desses baluartes da moral e da ética que não param de encher o saco com conversa sobre corrupção e desvalorização do trabalhador, o mesmo pode ser dito sobre  tantos outros segmentos da sociedade brasileira.
É por não tentar dobrar ferro frio que tomo, sempre que possível, um sorvetinho gigante, totalmente desligado desse blá blá blá hipócrita que ronda os mundos virtual e real.
O homem comum, que trabalha para o dia de amanhã, geralmente pouco crédito dá às firulas desses outros.
E quando não suportam as críticas, ato comum, eles saem imbuídos de "caráter e bom senso" na defesa do Brasil.
Assim somos nós, brasileiros, a cada segunda-feira: omissos, ativos e depreciativos, senão de nós mesmos, ao menos do nosso voto, em nosso comportamento vulgar.

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