Nada de carnificina santa


Imagem: Jesus visita o continente americano
Não é preciso pressa, só sonhos e fé.
Se olhássemos direito para todos os eventos que condensam em uma vulgar ‘Paixão de Cristo’ notaríamos as datas misturadas, choro onde não deveria existir e uma tremenda falta de alegria. Só drama. E nem tudo é drama nessa história.
Uma história de superação e amor ao respeito ao livre arbítrio, a Deus, ao homem, à criação. Porém ninguém quer saber do real sentido dos atos, nem onde foi e o que significou o Jardim do Getsemani. Tudo o queremos e gostamos é de ver um deus sendo ferido e sangrando para provar a nós mesmos e ao nosso ego que nossos erros são justificados, pois, se um deus sangra e morre, nossos erros são justificados e aceitáveis. Balela de fracassados.
E enquanto a encenação da traição, do julgamento, da humilhação e assassinato de Jesus é replicada em várias cidades e países, ele renasce sempre quando alguém lembra que o mais importante não foi uma cruz erguida com um corpo ensanguentado e violentado; como não é importante as frases clichês que dizem hoje. O importante, entre sangues, ocultação de cadáver e exageros humanos, é a vitória sobre a morte que prova que o homem é deus. E deus não se faz. Nasce-se.
A páscoa está toda errada. Até o nome. Até o significado.
Deveríamos comemorar a visita de Cristo o continente americano, logo após a ressuscitação, como mostra-nos O Livro de Mórmon – outro testamento de Jesus Cristo. Comemorar a própria ressuscitação. Olhar para frente e não para a carnificina.
O coelho, que biologicamente é incapaz de produzir ovos, tomou o lugar de Jesus. A cruz foi substituída pelas embalagens de ovos de chocolate. O sangue virou o vinho barato vendido em supermercados e bares. Os deuses se transformaram em anúncios em shoppings. Os pecadores acreditam em expressões forçadas de dor e arrependimento ao assistirem a ‘Paixão de Cristo’. E se nem os ‘servos’ de Deus vivem em humildade o rebanho se dispersa e acredita em toda bobagem.
E de bobagem em bobagem acabamos acreditando em mediocridades, hipocrisias e encenações. Só não na ressurreição e no poder que isso significa.



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