A viadagem recomeça - versão 2015

Acontece o seguinte, pelo menos duas vezes ao ano, na Universidade Federal de Sergipe (e em muitas instituições de ensino superior também): no início do ano, os Técnicos Administrativos tentam fazer greve e os Professores, para não ficarem por baixo, seguem o mesmo rumo. É uma história pedindo autonomia daqui, aumento de salário dali, melhoria nas condições de trabalho acolá e nessa conversinha o segundo semestre chega e começa tudo de novo. Às vezes eles conseguem fazer greve, sem nenhum resultado como foi a greve durante a Copa do Mundo – que só foi uma desculpa para assistirem os jogos em casa, o nos estádios. Ou seja, só vadiação.
No fim das contas ninguém trabalha, alunos saem prejudicados e os serviços oferecidos ficam ainda mais precários. A verdade é que, no Campus de São Cristóvão da UFS, uma parcela significativa dos técnicos administrativos não fazem o mínimo necessário para o bom funcionamento dos serviços prestados – e isso se estende da Reitoria à portaria. Na Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (PROEST), térreo do prédio da Reitoria, qualquer aluno não encontra alma viva para tirar dúvidas e/ou receber auxílio ou informação sobre os programas. As assistentes sociais são o melhor exemplo de desleixo, falta de vontade de trabalhar e de transgressão do RJU 92/12. Os professores, que adoram uma greve, só gostam de balir gritos de injustiçados quando, na prática, muitos se escondem sob a fachada de pesquisador para não dar aula; outros são exemplos de como não se deve lecionar e ainda tem aqueles que sabem tudo, menos como formar profissionais.
A greve, em qualquer dos sindicatos (ADUFS e SINTUFS), representa apenas a falta de respeito com os usuários dos serviços. Greves e paralisações desnecessárias, tendenciosas e que, no máximo, incentivam preguiçosos.
Alguns se salvam e esses dá para contar nos dedos da mão.
A ADUFS, em sua página no facebook, chama os professores para pensar e agir diante das ‘injustiças’ usando como fachada a ‘juventude, os trabalhadores e os pobres’. O detalhe: a juventude, no caso os discentes da própria universidade, não possuem voz nem vez em qualquer discussão, visto que são os mais prejudicados. Os pobres de verdade sequer sabem o que é uma universidade e o que ela representa. Os trabalhadores estão no centro, nas fábricas e nas ruas... trabalhando. Na ADUFS, como sempre, será um café da manhã. Como se um movimento sindical de respeito e força se restringisse a discursos inflamados dentro de uma sala fechado com ar-condicionado e um cafezinho.
Sindicato, trabalho e amor à profissão são expressões há muito prostituídas pelos nobres servidores federais que buscam uma ‘autonomia e um salário decente’. O que é decente nesse meio podre?

Dar aulas e formar gerações pensantes e conscientes é que não é.


Foto: rede social do sindicato.

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