O Brasil e as Bibliotecas





E hoje, doze de março, comemora-se o Dia do Bibliotecário!
Essa data é quase não lembrada, pode-se até dizer ignorada, no Brasil por fato simples e de relevância, que mostra a capacidade de leitura e informação da população e o quanto é interessante para a Elite manter o povo na ignorância, não lemos muito!
O não exercício da leitura, o não incentivo de Escolas e Universidades, da família e o desinteresse preguiçoso de boa parte da população refletem apenas o caos educacional em que se situa a atual formação profissional de toda uma gama de carreiras formadas e preparadas em Escolas de ensino básico e Universidades.
As bibliotecas estão presentes em todas as cidades brasileiras e, invariavelmente, nas escolas públicas e privadas, possuem um acervo, se não muito rico e atualizado, que é capaz de suprir as necessidades básicas dos estudantes e da comunidade em que se situa a biblioteca e a escola. Entretanto, raras são as Instituições que abrem sua grade de horário e o processo formativo de seus alunos para um aprofundamento na leitura, compreensão e criticidade de obras literárias e do mundo ao redor de cada um e de todos.
Essa deficiência pode ser  sentida no desprepara de alunos e cidadãos, quando já formados, em articular-se bem e sem nenhum tipo de entrave nas relações sociais, comerciais e particulares do cotidiano. Não raro, pode-se encontrar, em redes sociais, cartazes, comunicados e correspondências oficiais, erros gramaticais seríssimos, de pequenas correções e que não param de se repetir por causa da falta do elemento primordial de qualquer sociedade: a leitura.
Constroem-se prédios, investem em maquinário, aumentam salários, por menores que sejam os reajustes, e esquecem, o Governo Federal, Estadual e Municipal, de investir naquilo que é , ou deveria ser, o objetivo final dos gastos públicos, a formação de qualidade dos jovens e adultos. Nesse panorama, te-se, então, o semi-analfabetismo, analfabetismo funcional, universitários que são incapazes de compreender e escrever corretamente textos pequenos e complexos, gerando estatísticas cada vez maiores. 
Para esconder esse déficit o Governo Federal fez do Exame Nacional do Ensino Médio, ENEM, um instrumento capaz de fazer inchar as Universidades sem, ao menos, cumprir seu papel efetivo que é a análise de desempenho do Ensino Médio. O resultado veremos daqui a algum tempo, não muito longe do presente. 
Nesse contexto, a figura do bibliotecário é prostituída, pois as bibliotecas passam a ser dirigidas por indivíduos sem a formação devida. E isso gera a desqualificação da classe, no mínimo. A figura do bibliotecário passa, então, a ser visto como aquele indivíduo chato, limpador de teia de aranha e poeira das estantes que só ele pode ter acesso. é necessário que, não apenas no doze de março, como também em todos os dias da vida escolar e social, tomemos parte na construção de uma sociedade brasileira realmente comprometida com o aprendizado, capaz de criticar seus pontos fracos e melhorar, por meio de suas análises, as deficiências. Porém, isso só será possível quando tomarmos conta de nossa literatura, de nosso compromisso com a educação e com o futuro.
Para os bibliotecários resta um bom trabalho e que suas atividades excedam os limites das bibliotecas e se espalhem para toda a comunidade em que atua, criando sempre, e cada vez mais, a noção de educação posta em prática e melhorada a cada dia. 
A nós, brasileiros anda pouco cultos, trabalhemos e sejamos capazes de escolher ler, informar-se e compreender a dimensão do mundo por trás de páginas em preto e branco de livros novos e usados. Assim, poderemos exigir qualidade, e não quantidade, em nossa educação, para um futuro realmente promissor!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reunião de faces

Maníaco do Parque: entre o personagem e o homem

Nada além do que virá