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O lado B do perdão

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Mrs Hugh Hammersley. John Singer Sargent. Met. A questão do perdão não é o que se obtém ao concedê-lo ou o que não se pode ter se não o seguir de acordo com os princípios pregados nos templos religiosos. A questão séria do perdão é que ele relembra, a cada instante, a cada ação da pessoa "merecedora", que algo foi perdido, quebrado ou deturpado. Não tem a ver com uma elevação espiritual capaz de afagar os atormentados. É mais uma atenção recorrente à iniquidade que deu origem a esse ato de perdão. É por isso que ele nunca é concedido de forma plena, pois, se por um lado ele libera o indivíduo da ira do ofendido, por outro lembra ao ofendido que ele é passivo diante da ação que gerou a situação e sempre estará presente - não há esquecimento no perdão como não há ofensa sem a devida vingança. Com a moda de ser cristão, ou um falso cristão, o perdão entrou na moda e se banalizou. A vingança entrou em desuso e somente os bárbaros são capazes de cometer ato tão vil. ...

Vingança*

Espero Que a vida passe Que a raiva atravesse O corpo e a alma E mate, com força e destreza, Aos que a nutrem Que o tempo corra E envelheças na cama De ratos e poças De sangue e suor Que cavaste ontem Que teus desejos Perversos e maldosos Se cumpram com todo O seu ardor e vivacidade Contra tua figura Que não sobre Nem ossos nem lembranças Nem passos nem vistas Do teu caminhar. *Poema do livro   Anjo da Guarda , de Rafael Rodrigo Marajá.

Sua superfície, sua profundidade

As pessoas têm medo de morrer, que em uma viagem de carro a curva seja muito estreita ou que em um dia normal a foice implacável do acaso ceife-lhe sua preciosa vida, mas não se abstém de moverem-se  entre o efeito do álcool e a insanidade da prevaricação com as criaturas mais estranhas que existe. Outras têm medo de cair no abismo do esquecimento que faz com que a famosidade de um dia seja o marasmo de outro; que torna seres inseguros em espécimes indesejados nos meios sociais. Cair no abismo do esquecimento é destrutivo para quem já não tem segurança em sua normalidade, quanto mais para quem faltou a aula de valorização da vida independente de outra. Os medos das pessoas chocam-se com as atitudes estranhas que assumem no cotidiano e que delimitam suas ações. Têm medo da morte, mas fazem ultrapassagens perigosas em trechos de rodovias perigosos; Têm medo de morrer sem uma vida intensa, mas amedrontam-se frente às oportunidades que brotam dentre as mais diferentes vontades al...