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Veneno

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Uma historinha em que a princesa é ingênua, boba e indefesa; o príncipe é másculo e dotado de todas as melhores qualidades cavaleirescas e que a rainha é má e amarga por natureza não fazem parte da história de Branca de Neve em Veneno . A rainha má é má pelas circunstâncias e, na superfície e no fundo, é só uma mulher levada a extremos por sua herança cultural. Branca de neve é uma princesa capaz de domar os mais bravos garanhões, toma banho nua na floresta e é sonsa; o príncipe é mimado, falso, mulherengo e vaidoso e o caçador não é o que parece. Em Veneno o leitor encontrará como a história de Branca de Neve chega o mais próximo possível da realidade sem os devaneios da Disney. Mulheres reais com relações e medos reais permeiam e dirigem o enredo do livro. Sarah Pinborough reescreve o clássico "infantil" de forma clara e sem os floreios que se tornaram tão naturais da história.  Embora tenha um começo cansativo, chato e clichê, Veneno até que surpreende por sua ori...

Astros cotidianos

Criam-se novos hábitos todos os dias, sob as mais inusitadas circunstâncias, e cultiva-os do modo que é possível. Ou sobre o medo gerado por esses hábitos ou pela influência de não perdê-los, desperdiça-se muito tempo fazendo exatamente o que não se deve, ou o que se deve. Na correria de um transporte deficiente e a pressa atrasada de um trânsito lento, o olhar tende a ir de um lado a outro na impaciência dos fatos, fugindo ao controle do espectador, e então, surgindo de um lugar qualquer, da mais profunda surpresa diária, a vontade aparece para agarrar os fios de cabelo preto e envenenar a alma vivente com a mesma sensação que faz sufocar e suprimir a objetividade necessária de uns minutos decisivos. Na calmaria da noite, quando tantas coisas podem ser feitas e o tempo é gasto justificadamente com a inércia do sono, o medo de não dormir faz os olhos não fecharam levando o cérebro a um cansaço saciado apenas durante a tarde, de cada dia e sempre em frente. Nas manhãs, tudo come...