Postagens

Mostrando postagens com o rótulo telefonia

Pelo telefone

Imagem
Obra: Fragment of a Queen's Face - reign of Akhenaten. Dinasty 18. 1353-1336 B.C. Seminua, olhando o teto, falava ao telefone. A língua tocava nos dentes brancos sibilando uma voz macia, suave, sussurrada. Excitava-o com frases incendiárias faladas baixinho, em um sussurro provocante. Sua mão subia por suas coxas, apertando-se, quente, voluptuosa, enquanto palavras pulsantes atravessavam o espaço em micro-ondas até outro ouvido. Queimando, salivando, suas mãos apertavam os seios, excitava-se em mãos imaginárias que das dela fazia de instrumento – e percorria sua barriga, sua boca, seus olhos, suas coxas, sua pulsação escaldante e vermelha. Nua, arquejando, desdobrando-se em partes desiguais, molhando a si e a cama, ela miava, grunhia, contorcia-se segurando em uma das mãos um telefone enquanto a outra, voraz, invadia-lhe a umidade prazerosa dos grandes lábios – indo sempre mais fundo, mais ardente. Súbito, o miado cessa, as coxas caem inertes e os olhos abrem-se preguiçosam...

Amor telefônico

Imagem
Pintura: Street at Biskra. Henri Matisse. 1906. Pegou o telefone, pressionou a teclinha verde. Esperou. Esperou. Bip. Bip. Bip. A imagem na telinha exibia: "Chamando..." O número discado está desligado ou fora da área de cobertura. A voz da operadora encerrando o sonho de uma tarde de outono. Bip. Bip. Bip. Após o sinal deixe seu recado sem pagar nada por isso. A voz da operadora tornou-se boazinha e agora não cobra nada para quem deixa mensagens de voz (só cobra para quem recebe) Largou o telefone sobre a cama e muitos sonos depois, muitas gorduras acumuladas adiante, Bip. Bip. Bip.                                Após o sinal deixe seu recado sem pagar nada por isso. Bip. Bip. Bip.                              Após o sinal deixe seu recado sem pagar nada por isso. Bip. Bip. Bi...