Quarta-feira de cinzas, Colombina
"Pegue o vestido estampado, guarde pro carnaval Guarde que eu nunca te quis mal Até o feriado quarta-feira de cinzas e tá tudo acabado" Vestido estampado Ana Carolina Não desespera, Colombina, que eu volto no próximo carnaval. Não se descabela que meus reinos são feitos de confetes e meus escravos são máscaras que nunca desaparecem. Deixa as feridas para depressivos; depressões para aqueles que não vivem carnavais iguais aos nossos, Colombina. Pega essas fotos, esses beijos, essas marcas de muros, essa tinta do rosto, esse sol, essa noite e nossa alegria e embala para essa quarta-feira de cinzas. Nossos amores agora são cinzas expostas nas igrejas, nas testas, nos rostos puritanos do pós-carnaval. Que lástima! Seu vestido, tantas vezes tirado, rasgado, está lindo sob o sol. Sua pele, mordida, manchada de bocas, arroxeada por pressões tantas, é o pergaminho dessa história. Então não diga que não restou amostras de amor, sexo e sacanagem - somos nós e...