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O desespero de perder o celular

O desespero nunca é tão alarmante quando a mão desce ao bolso e o encontra vazio, sem o quadradismo do aparelho celular, sem o peso da conexão, do conhecimento e dos contatos. Nesse vazio desesperador, o coração gela, o sangue para de correr e o mundo entre em um pânico generalizado em que tudo começa com o sumiço do aparelho e só se acalma quando as ondas fazem com que ele ressurja dentre a obscuridade do desaparecimento. Não é tão grave perder um relacionamento, um notebook, um carro, o horário quanto perder o celular. Esse aparelho guarda não apenas os contatos, mas também os segredos e as mensagens mais que comprometedoras trocadas entre várias pessoas. Perder, ou fingir perder, o celular deve estar entre as piores sensações que uma pessoa pode ter e isso é aflitivo demais para ser transposto em humildes linhas. Há, no entanto, quem troque uma vida por uma conexão boa no aparelho celular, ou quem seja altamente exposto apenas para mostrar o novo aparelho.   Aliás, o...

Um poema despretensioso

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Arte: Winter Trees, Reflected in a Pond, William Henry Fox Talbot. Met. Vermelho, Verde, Azul Vermelho O batom desnecessário da sua boca Os lábios que ornam um belíssimo rosto Os olhos que iram-se e choram As Lágrimas que não eclodem A paixão incontida A incontinência do tempo Azul, Verde, Vermelho Verde Que não são dos olhos teus - e que bom que não são teus olhos verdes A grama que chama-nos ao sono ou à carícia O carinho que nos adormece A dormência do prazer O gozo da felicidade Verde, Azul, Vermelho Azul Do seu Céu Da sua íntima roupa Dos fios do seu pudor Despudorada inteligência Azul sem tom Tom sem Jobim Vermelho, Azul, Verde Cada cor em sua pele A cútis de agrado aos olhos Os olhos que sorriem Aluz dos olhos A janela do Arco Ora íris, ora Ília