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Um tic de agonia

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Óleo sobre tela: The Potato Peeler. Van Gogh. O mundo dos espertinhos vê vantagem em errar no troco, em gritar e chorar para conseguir o que almeja e em ignorar quando outrem decide acabar de vez com o sofrimento mundano, ainda que crível diminuto pela arrogância dos grandes problemas. Esse mesmo mundo que prega a fé em um Jesus Cristo, cada seita reivindicando a verdade absoluta sobre essa divindade, ignora que irmãos precisam de carona para a adoração dominical e nega ajuda a quem precisa simplesmente por falta de publicidade. Entre um drama e outro, chafurdando em exigências religiosas e sociais, um a um vai caindo de uma ponte, ou ingerindo veneno ou cortando os pulsos sem que ninguém, por mais amor que declare, aos homens ou a deuses, tome a atitude de investigar mortes gratuitas de uma população agonizante.

21:01 - A loucura está no amor*

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Quadro: Wheat Field With Cypresses. Vicent Van Gogh. 1889. MetMuseum Um riso incontrolável inflamou-o peito a fora, brotando nos lábios e traduzindo uma explosão de felicidade louca e sem sentido, explicada apenas pela loucura e pela ausência de sentimentos, na estupefação da descoberta. Esperava gritar, no silêncio da dor, chorar, magoar-se, morrer uma segunda morte em vida em que se levantar da cama é simplesmente a tarefa mais difícil a ser desempenhada. E, no entanto, sorriu. E sorriu por que viu. Sorriu para expressar um estado de espírito em que nada é capaz de abalar os alicerces de uma verdade sã, apesar de parecer louca, desregrada, incapaz. Sorriu para dizer a si mesmo que não importa: existe algo que não pode ser traduzido sempre, mas que está lá, esperando por uma brecha em ocasos, acasos e amores fabricados. Os lábios alargaram mais que um simples dizer de alegria; os lábios estouraram contra uma tristeza, contra uma forma agressiva de amar que oprime o coração at...