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O deus particular

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Pintura: Kathy with a Yellow Dress. Henri Matisse, 1951 O amor é egoísta. É intrínseco a quem o sente. É fabuloso. É mentiroso e magnânimo em suas manifestações. Dizem que precisamos do outro para amar - e isso é, por si só, uma mentira. No fundo, e de forma inadmissível, necessitamos apenas da representação física do outro. Precisamos apenas de um rosto que traduza o sentimento e de um corpo que ocupe um espaço, em algum lugar.  Todo o resto é bônus ou ônus. Quando se ama alguém todos os erros são perdoáveis, todas as faltas são justificáveis e todas as expressões humanamente possíveis são tratadas como pequenos incômodos de nosso deus particular. Porque quando se ama alguém este se torna apenas e tão-somente um deus particular capaz de mover as ilhas do pacífico, eliminar as doenças e sofrimentos do (seu) mundo e realizar milagres. Para esse deus chora-se, contra ele ira-se, a favor dele tornamo-nos Tersito. Em seu altar deixa-se a alma, as roupas do próprio corpo, ...