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Poder

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Poder , o último volume da Saga Encantadas, é o que se pode chamar de decepção salvadora. Com um mix de A Bela e a Fera, Chapeuzinho Vermelho e Rapunzel, Sarah Pinborough narra o início da jornada do Caçador e do Príncipe que aparecem em Veneno . A ideia de uma Fera aprisionada dentro do corpo da Bela, em um completo caso de dupla identidade e a pitada de sadismo e crueldade relatada no livo dão charme, insuficiente, para Poder .  Totalmente deslocado no tempo, o último volume da Saga é a cereja podre sobre o bolo regular que é a saga, que envergonha completamente os irmãos Grimm e o dinamarquês Hans Christian Andersen. Não vale a pena perder tempo lendo Poder, muito menos quaisquer dos antecessores. As justificativas da autora para que Poder seja o último livro da saga e de como inspirou-se são tão convincentes quanto os personagens descritos nos três volumes.Talvez, se fosse escrito por um Ghost Writer,  a saga poderia ter sido salva. Do jeito que se encontra é uma grand...

Feitiço

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Aprisionada no alto da mais alta torre do costelo sob o domínio de um feitiço poderoso, Branca de Neve fica a mercê do seu príncipe egoísta, mimado e pedante. Muito distante dali Lilith, a rainha má, sofre com a perda da enteada e um inverno poderoso cai sobre seu próprio reino, refletindo seu estado de espírito. E enquanto os problemas na corte só se agravam, os plebeus sofrem com o gelo e o frio e o desaparecimento sistemático de crianças. Em Feitiço , Sarah Pinborough dá continuidade ao seu conto de fadas moderno trazendo o amor lésbico, o desprezo pela realiza e a quebra da visão romantizada de príncipes, princesas e fadas. A continuação da saga Encantadas surpreende mais pela ousadia que pelo valor literário, que sucumbe aos clichês.

Veneno

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Uma historinha em que a princesa é ingênua, boba e indefesa; o príncipe é másculo e dotado de todas as melhores qualidades cavaleirescas e que a rainha é má e amarga por natureza não fazem parte da história de Branca de Neve em Veneno . A rainha má é má pelas circunstâncias e, na superfície e no fundo, é só uma mulher levada a extremos por sua herança cultural. Branca de neve é uma princesa capaz de domar os mais bravos garanhões, toma banho nua na floresta e é sonsa; o príncipe é mimado, falso, mulherengo e vaidoso e o caçador não é o que parece. Em Veneno o leitor encontrará como a história de Branca de Neve chega o mais próximo possível da realidade sem os devaneios da Disney. Mulheres reais com relações e medos reais permeiam e dirigem o enredo do livro. Sarah Pinborough reescreve o clássico "infantil" de forma clara e sem os floreios que se tornaram tão naturais da história.  Embora tenha um começo cansativo, chato e clichê, Veneno até que surpreende por sua ori...

Socialmente toleráveis

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Quadro: The Conversation. Henri Matisse. 1911. Sempre conheci mulheres, de fortes a fracas, de feias a belas. Todas elas, de um modo ou de outro, querem a atenção de outras mulheres e de homens, seja para defender sua posição social seja para garantir sua marca - qualquer que seja.  De todas as mulheres que conheci, até hoje, algumas se destacam pela urgência em querer ser o centro das atenções. Na maioria das vezes a inveja alheia e a agonia de não estar em evidência acaba gerando má reputação e um rastro de lama que é muito difícil de limpar. Essas mulheres, especificamente, acabam marginalizadas em uma sociedade hipocritamente puritana, quando a expressão, de algum modo, é aplicado à sociedade contemporânea, por usarem a beleza que dispõem e os recursos naturais de suas qualidades físicas para ocupar um lugar de destaque nas comunidades em que participam.  Embora seja um pensamento infantil que acarreta consequências sérias, temos o hábito de não avaliar o comp...