O natal da Professora Decadente
Depois que se prostituiu para os seus pares em troca de apoio e os seus asseclas virtuais voltaram às suas respectivas insignificâncias, a Professora Decadente não tem nenhuma outra escolha além daquela que sempre recorre - tentar comprar com dinheiro e diárias em hotéis medianos o tempo e a atenção do seu gigolô. Escolhido competentemente para ser exposto em redes sociais, o hotel é o plano de fundo do último e principal recurso que utiliza para sentir-se gente - curtidas e comentários que, fora das redes sociais, revelam-se debochados e sarcásticos. Com o relógio biológico em um tic tac veloz e presa em um romance russo, a pobre, sempre vista como um travesti, precisa recorrer aos seus aposentos para ruminar o fato de que nunca poderá ser uma reprodutora por medo e infantilidade - a corriqueira síndrome de Peter Pan que faz com que velhas creiam-se ninfetas. E embora acredite-se amada e a sua vaidade cresça continuamente, as luzes e o espírito natalino surgem como um balde de águ...