Uma revolução na gigante roda

Açude, Praça Moreno Brandão - Palmeira dos Índios -AL Do alto podia ver todos os telhados banhados pela ausência da intensa luz solar, imersos em uma escuridão quente ao som das correntes de ar vindas do longe desconhecido – provavelmente oceânico. De lá, sempre incerto quanto à sua segurança, podia ver além da magnitude da noite, em uma viagem sem meios físicos e sempre acompanhado. De lá não se via o infinito horizontalizado. Ao lado, acompanhando o balanço do vento na cadeira inconstante como o coração das efêmeras, estava a surpresa de um telefonema sem cobrança. E com a mesma mão que ligara, estava a apertar, sempre e cada vez mais forte, a mão que atendeu o chamado, cuja conversa é continuamente um segredo de estado capitalista. Um laço de mãos diferentes apertando-se a cada subida para largar-se um pouco na descida – ora pelo medo da constatação do próprio medo, nunca admitido, ora pelo que os outros iriam achar por tão feroz força aplicada. As luzes amareladas das...