Crônica antiquada da vida do homem moderno*
A vida é mulher. E a maioria desagradou a essa mulher. E foi assim que a pobreza apareceu no mundo, como forma de vingança dessa entidade feminina. Se pudesse ser vista, a olho nu, nua estaria ela, sentada na areia da praia, observando as ondas e pensando em como faria para tornar divertida a pobreza de seus injuriadores, enquanto o vento serpenteava em seu cabelo e o sol bronzeando levemente sua pele. Talvez não seja bem verdade que a vida seja uma mulher, e que esteja nua à beira mar tomando sol, mas que é igualmente interessante pensar nela como um ser algoz que torna o homem uma criatura divertida em meio às suas dificuldades diárias. Entre uma vida feminina, vingativa, e uma vida masculina, cafajeste, é melhor pensar nela como na primeira opção pela razão notória que aquela sempre se compadece quando o homem chora. Este raramente se sensibiliza ao notar as lágrimas alheia. Pois enquanto está lá, na quente areia do litoral, o homem mal dorme, acorda cedo e corre em desesper...