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O monstro do ônibus

Estava lá, de pé, há vários minutos, esperando que alguém levantasse entre com licença  e fosse à porta para, enfim, eu, na minha extrema bondade e paciência, sentasse em um lugar ao sol das doze horas, com inúmeras pessoas a debaterem-se pelos pouco 20 centímetros que ocupava. E, então, uma alma que reconheceu minha espera, puxou a cordinha, levantou entre milhares de com licença dito só para si e saiu porta a fora quando o ônibus finalmente parou em meio ao trânsito quase caótico do primeiro rush do dia.  Lá, sentado na cadeira sempre imunda por onde várias bundas se esfregam diariamente, a minha paciência fazia carneirinhos surgirem do abismo insano que o calor e o cheiro nem tão agradável das pessoas abre nas cabeças que calculam quando aquilo apareceu. Aquilo certamente era uma mulher, com uma máscara de maquiagem que só poderia remeter-me às máscaras de tribos africanas ou algum outro tipo de acessório que possa cobrir o rosto, com milhares de gramas de pós e cores....