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A visita da morte em Umbaúba

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A vida, sempre efêmera, não pode ser vivida com dignidade e, no curso natural dos eventos, não há morte com dignidade, por mais que tentemos nos enganar. Essa morta, insidiosa, está sempre pronta para levar os vivos em cada vão momento. Sorte de quem pode escolher como e quando morrer; quem não pode, por outro lado, acaba sendo vítima dos caprichos dessa dama invisível. Ontem mesmo, em Umbaúba, aquela cidade em que a Polícia Rodoviária Federal torturou e matou um brasileiro negro à luz do dia como prática de perpetuação do racismo e da divisão de classes, foi palco de um desses caprichos.  Vindo de direções opostas, na pressa de um sábado atribulado, duas motocicletas colidiram levando um condutor, cigano, a óbito. O outro condutor, tentando viver, foi assassinado pelos parentes do já extinto motocondutor como forma de retaliação. Ciganos, os assassinos, foi o que disseram e, pelo que corre nos grupos de aplicativos de mensagens instantâneas, é que esses ciganos já possuem certo do...

Diversão acidental

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Não importa o que o "politicamente correto" e os preceitos religiosos norteiam, o que gostamos mesmo é da desgraça alheia. E não é qualquer desgraça: gostamos mais daquelas em que outros humanos são partidos e o sangue e os órgãos internos ficam espalhados pela ambiente. E sempre que viajo noto isso com mais certeza. Ontem vinha viajando tranquilamente pela BR-101, na altura do trevo de acesso a Cedro de São João - SE, quando o ônibus parou. Pela janela uma multidão isolava o local de um acidente em dois morreram e três ficaram feridos. A multidão estava feliz : dois mortos! Quanta foto para postar nas redes sociais; e ainda mais numa sexta! A multidão avaliava os carros amassados, analisava o acidente do ponto de vista dos mortos, fotografava cada etapa do fatídico (carros amassados, corpos expostos, translado pelo IML). Quanta matéria para comentários penosos e repetitivos nas redes sociais. E os mortos, quem liga!? Desde que continuem mortos, estrupiados, ...