A visita da morte em Umbaúba

A vida, sempre efêmera, não pode ser vivida com dignidade e, no curso natural dos eventos, não há morte com dignidade, por mais que tentemos nos enganar. Essa morta, insidiosa, está sempre pronta para levar os vivos em cada vão momento. Sorte de quem pode escolher como e quando morrer; quem não pode, por outro lado, acaba sendo vítima dos caprichos dessa dama invisível.

Ontem mesmo, em Umbaúba, aquela cidade em que a Polícia Rodoviária Federal torturou e matou um brasileiro negro à luz do dia como prática de perpetuação do racismo e da divisão de classes, foi palco de um desses caprichos. 

Vindo de direções opostas, na pressa de um sábado atribulado, duas motocicletas colidiram levando um condutor, cigano, a óbito. O outro condutor, tentando viver, foi assassinado pelos parentes do já extinto motocondutor como forma de retaliação. Ciganos, os assassinos, foi o que disseram e, pelo que corre nos grupos de aplicativos de mensagens instantâneas, é que esses ciganos já possuem certo domínio, nem sempre dentro da legalidade, na sede do município. 

Assim, seguida da tragédia do trânsito perigoso, deu-se outra tragédia proposital, criminosa, evitável. Os pedestres, cientes da dimensão do poder de tais ciganos, apenas observaram o acidentado sobrevivente ser assassinado na frente de todos e ter, de brinde, um parente sendo arrastado em evidente sequestro para destino desconhecido. 

A morte, violenta por natureza, parece ser fichinha perto da sede de sangue dos seres humanos, esses animais ferozes que estão destruindo o planeta.

O sábado, lá em Umbaúba, teve estrias de sangue no asfalto e ninguém mais se surpreende.

Foto/reprodução Wpp: Acidentado 1 morto após ação criminosa dos ciganos. Umbaúba-SE, 02/11/2024. Reprodução de redes sociais

Foto/reprodução Wpp: Acidentado 2.Umbaúba-SE, 02/11/2024. Reprodução de redes sociais

Vídeo/Reprodução Wpp: Ciganos assassinando o outro acidentado. Umbaúba-SE, 02/11/2024.