23:00 - Filhos do Diabo*

Quadro: Max Ernst. 1924. Envelhecendo na mesma proporção em que a juventude faz seu melhor retrato na praia poluída de gritos não dados em respeito à boa educação, reprimidos pelo ego alheio, fazem de si a caverna de estratagemas promíscuos que levarão ao fim seus anseios mais baixos. Tornando-se velhos em plena flor etária estão nossos rostos sem bênçãos necessárias. Aparências sem alegrias na chuva ácida do asfalto que buscam em falsas jóias seus problemas resolver sem a palha levantar. E consome-se toda a vida em tragadas fumacentas de drogas inaladas na ilusão de corações quebrados na rebentação de rebolos em motéis de quinta esquina do baixo prostíbulo do qual entrada não é preciso para morrer. Morreram, então, e no abrir dos olhos no paraíso não estavam nem anjos, ou demônios lhes abraçavam, mas o movimento vivificador mostrava-lhes as fases da evolução em arrependimentos, blocos de realidade que fizeram até o mais sacro presente glorificar a verdade de lençóis sujos e...