Suíte de Silêncios

Cada um, e todos, carrega amores intensos nos mais recônditos escuros do coração. E há espaço para abandonos, muitas vezes simples e marcantes, que se acumulam durante toda a vida; para frustrações; para paixões; para palavras inaudíveis que são pensadas no trajeto para casa ou na ida para lugar nenhum, quando se pega um ônibus qualquer, sem destino e sem projetos iniciais. Duína é a representação dos inúmeros eus que habita os corpos que trafegam nos centros urbanos e na bucólica melancolia dos interiores. Um personagem sofrido por respostas que nunca chegaram, por dúvidas e imprecisões que arrebentam as emoções mais marcantes que moldam o caráter de um indivíduo. E que nunca foi abandonado? Quem nunca ficou sem resposta, sem aquela resposta? Quem nunca teve que se desfragmentar para sobreviver ao vendaval de sentimentos de uma perda? E cada um, em cada apartamento, casa ou fazenda herda, não se sabe de quem, uma arca de possibilidades em que o bem e o mal coexistem em silê...