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Aflor

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Sempre calada Flor despedaçada No cais do tempo Fosse meu intento Sendo ou não rebento Sem país ou alento Terias meu amor atento Mas são pétalas ao vento Esse amor em desalento E nós, no sereno, Somos veneno. Foto (e mão) de Thayná Tenório

Dia desnecessário dos mortos

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Shadows in like. Alfred Stieglitz. O dia dos mortos é uma invenção de quem gosta de sofrer desnecessariamente e que, por maioria e sob a convenção de que devemos saudar a memória de outrem, acaba sendo uma chateação aos menos sensíveis com os nem-tão-santos-mortos. A mania de creditar aos mortos as características mais beatíficas que se possa imaginar torna os ossos enterrados, ou queimados, relíquias sagradas para que não conheceu pessoalmente a peste que outrora foi de carne e ossos. Uma mania feia e muito mentirosa - e olhe que mentir é pecado, se o que dizem for verdade. Os mortos podem, igual aos vivos, serem separadas, classificados e etiquetados de acordo com suas bondades e perversidades, sem cair no vórtice mentiroso de santidade inata aos desencarnados. A doce ilusão que em vida tudo foi um mar de rosas. Às vezes dois palavrões à beira do caixão é mais sincero que choros intermináveis. E aí a cultura continua: flores baratas e fedorentas sendo vendidas nas por...