Metades
Vivemos em meio a esses amores tantos, diferentes, estranhos, problemáticos. Em meio à falta de amores. Enlameados na mais diversa maneira de estar. E estamos separados, com a vida insistindo em dar-nos milhares de motivos para sermos igualmente disputados nos meios em que adentramos. Isso é o que todo mundo sabe. O que ninguém sabe é essa mania nossa de falar com naturalidade das nossas coisas - que existem separadas uma da outra -, de pessoas - de nossas vidas separadas -, de flores, comida, pretérito, presente, sofrimento e vida. Nesse meio, um vendaval de dias, meses, talvez anos, encaminha um para o outro com a certeza de que não há data marcada, nem nuvens que separem-nos – exceto apenas aquela que interrompa o sinal da operadora de telefone. É o ... não. Não é o amor que nos une sob os laços que a distância impõe. Amor atrapalha, atrasa o tempo das coisas que são importantes, ilude o raciocínio e o pior: perverte as verdades que podem ser ditas. Pois também não é o d...