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Anestésico musical

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Warrior and Attendants. Séc. 16-17. Metmuseum.   O plano de destruir a cultura popular, não exclusiva apenas dos governos de centro e extrema direita, parece estar seguindo o caminho do sucesso. Entre músicas fáceis de decorar e reproduzir e subcelebridades instrumentalizadas no desmonte institucionalizado, nos diversos níveis de governança, não há mais letristas que retratem a vida do pobre e a hipocrisia de uma sociedade doentemente religiosa, como se sabe em Construção e Geni e o Zepelim de Chico Buarque ou Faraó, eternizada na voz potente de Margareth Menezes.  Não querem que o pobre pense e reflita sobre si e suas condições de vida. Não é interessante para os políticos que se mantém no poder no planalto central ou nas casas de poder "popular" dos governos subnacionais. Não se ouve mais nada semelhante a 2 de junho, de Adriana Calcanhotto, Bichos Escrotos, dos Titãs, ou O tempo não para, do Cazuza, nos meios de comunicação e na boca do povo. Em meio a tragédias ambientais...

Malandragem para nós!

Quantas chances desperdiçam todos os dias com diminutas e desvalorizadas manias! E o mundo é um amontoado de manuais: para escrever, para falar, para comportar-se bem, para não fazer isso ou aquilo. E de que vale tantas folhas vazias de vida? Por acaso tem feito algo mais que ler e tentar entender o que é permitido e o que é proibido para a nobre opinião de um e outro que pode, não raro, se julgar mais sábio? Sabedoria é ir passando e dando sorrisos, irônicos, sinceros, despreocupados e mostrar a si que não importa o que digam ou o que façam: a graça pé a surpresa! E em mais um dia foram todos trabalhar, brigar com o trânsito, fazer intrigas nos setores de trabalho e planejar a vida medíocre de mais uma noite rotineira. E no meio disso, onde está aquela descontração de desviar-se do caminho habitual, entrar em um cinema, ou ir a uma praia qualquer, ou simplesmente entregar-se à preguiça voluptuosa? Aos que provocam o mundo, como o inesquecível Nelson Rodrigues, que...