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A beleza

A gente gosta do bonito; do que se apresenta com agradável simetria entre o real e o imaginário. E nem adianta cantar a ladainha dos fiéis de igreja neopentecostais de que a beleza não é tudo. A beleza é  tudo sim. A beleza física que atraia é cativa. A beleza moral que encanta nos detalhes do cotidiano. A beleza intelectual que torna interessante qualquer conversa. A beleza que entra pelos buracos do rosto é vaza por aqueles do baixo ventre é a beleza do todo, de todos, do tudo. A gente gosta e precisa consumir a beleza em todas as suas formas, cores e manifestações.  A gente depende, vive e sobrevive de e pela beleza. E nada mais resta além disso.

A travestida feiura

Sentado na recepção de uma home care fico observando a feiura das pessoas. Nestante saiu uma mulher, aloirada pela química agressiva para cabelos, que disse, achando-se muito elegante, que se tivesse que voltar iria "descer do salto". A mulher, cujo peso da idade consumiu-lhe as carnes e somente a máscara descartável oriunda da pandemia tapa-lhe as rugas e os dentes, tem a cara da classe média que pretende segurar a vida em corpos degradados.  A vida não aceita cárceres. A vida despreza o degredo. A beleza não parece obedecer ao dinheiro retido sovinamente em heranças travestidas de amor. E se esta ainda pode ser simulada, a feiura, tal qual o ódio, não o pode. É sempre exposta, chocante, nunca elegante.

A beleza é negra

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foto: professordesiderio.wordpress.com A beleza não é relativa. E fim. Existe quem argumente que a beleza varia de acordo com determinados parâmetros  e que todo mundo é belo, de algum jeito. Primeiro: essa conversa só feio destila. Segundo: essa conversa não convence nem os próprios feios. A beleza existe ou não existe e só. E uma beleza injustiçada é a negra - seja pelo preconceito, pelo hábito em reconhecer o diferente de nós como belo ou qualquer outro motivo ridículo. As mulheres negras, algumas, são lindas e representam perfeitamente dos habitantes do hemisfério sul. Observando, ainda que distraidamente as negras (e negros) é possível perceber facilmente a razão de tantos senhores de engenho terem enlouquecido por suas escravas, de tantos brancos ficarem boquiabertos com a negritude... Se existe uma divindade que comande a beleza e a vaidade, nesses tempos de photoshop e correções automáticas, certamente ela é atualizada e não perdeu a  mão. Triste ...