Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Arlequim

Um ex-amor, uma madrugada

Imagem
Outra madrugada, caminhando sob o olhar nu de uma índia, entre um açude e um labirinto de casas, fui colocado no desenlace entre um arlequim e uma colombina. Tão feia foi a cena que era preferível que não tivesse visto. Aliás, coisa natural da cidade do amor, é encontrar, sempre após uma festa pública, namorados públicos que se desentendem e vão, senão aos fins de fato, pelo menos à beira de um afogamento no açude municipal, que depois fica estigmatizado como um lugar só de suicídios – pobre açude! A colombina, em posse do discurso decorado e repassado milhares de vezes, quem sabe naquela noite mesmo, tentava colocar sob uma ótica simples e banal o fim de um relacionamento que “já não dava mais certo”, sem razões aparentes ou justificáveis para o arlequim, que não se desprendia do hábito de um relacionamento estagnado na monotonia de um amor à Palmeira. E lá, nos breves momentos que antecedem aquele crucial momento em que um vai embora e o outro fica para trás, em revolta d...