O lado certo para o bezerro de barro pintado de amarelo
6h49 da manhã.
As portas da IURD já estão abertas com obreiros recebendo as ignorantes ovelhas com um recipiente nas mãos para o ritual vazio da manhã de domingo. As ovelhas, pobres, ignorantes, desesperadas, chegam de todos os lados para sustentar a vaidade dos pastores e idolatrar um bezerro de barro pintado de amarelo que chamam de deus.
Um deus que apresenta uma masculinidade frágil, tóxica, violenta e opressora. Esse mesmo deus que visita os ricos em seus leitos enfermos, mas ignora e despreza os pobres nas filas dos hospitais públicos. Para o rico, esse falso e inexistente deus acolhe, aconchega e visita em sonhos, garantindo a cura, os milagres e a assistência irrestrita. Para o pobre, mesmo que este dê-lhe tudo o que possui e que nunca é suficiente, esse deus os esquece e os oprimi transferindo-lhes as enfermidades que retira dos ricos.
Um deus com a cara dos servos - quem paga mais consegue a cura, a paz, o lugar reservado em um pseudo paraíso.
Essas ovelhas, que ora estão na IURD, ora estão na Igreja (neo)pentecostal de nome exótico, ora na Igreja Católica (arma exclusiva do colonizador), ignoram os crimes em nome desse deus. Afinal, nem toda criança merece a vida, nem toda mulher merece respeito, nem todo homem é digno - apenas uns poucos endinheirados e que estão do lado certo da ideologia assassina desse deus é que merecem cuidados.
O domingo, dia de descanso capitalista, é também o dia de manter em alta as fragilidades desse deus hipócrita.
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