Bucho de praia

Domingo é dia de ir à praia, ver as bundas gordas e cheias de celulite e estrias  (e vez ou outra uma bem desenhada), comer frituras (demoradamente preparadas) e beber cerveja enquanto moças (e alguns rapazes) untam o corpo com óleo para "aquele bronze".
Corpos negros que se esticam sobre a areia, coros pardos que jamais pegarão cor e corpos brancos, vindos de longe, que ficarão vermelhos antes do pôr do sol coalham a praia. Aliás, uma praia grande demais para as pessoas acostumadas com outras capitais onde ruas precisam ser fechadas para o lazer de domingo. Aracaju ao menos tem um calçadão amplo, o projeto Tamar e o que vir para distração (lagoas, e tudo o mais, ainda no calçadão praiano) e sem línguas negras, pelo menos não visíveis.
Mas não é muito aconselhável ir depois das dez e lá permanecer - não por causa do sol ou das recomendações médicas de uso geral -, mas porque lota. Muita gente que suja a areia, ouve m´sica ruim e exibe a feiúra de corpos depravados. 
Ao longe é possível ver as plataformas da Petrobrás; próximo, o tamanho do bucho daquelas ali.
Domingo é dia de praia - ninguém disse de beleza.

Foto: Praia de Atalaia. Aracaju-SE. Rafael Rodrigo Marajá.

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