O mistério dos despachos
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Charge: Blog do Xandro |
Estava eu lá, caminhando pela Gentil Tavares, sob o sol das 10h,
distraído, quando risos arrebataram-me ao mundo real. Na rua de pouco
movimento, já perto do entroncamento com a Av. Desembargador Maynard, três
homens riam extasiadamente brincando com os restos de um despacho, largado sob
uma árvore do canteiro central entre as duas vias da avenida.
Eles mexiam e remexiam no despacho e a cada vez que bulinavam na
oferta caiam em gargalhadas estridentes, como crianças em um parque de
diversões. Os homens, que pareciam morar na rua, embora tivesse tido muitas
dúvidas sobre isso, viam coisas engraçadíssimas no despacho – e quase me
fizeram ir lá olhar também.
A cena, que poderia ser muito comum, era incomum por estar ambientada
em um ambiente tão urbano e em uma hora tão estranha.
Quem colocou o despacho lá, na surdina, enquanto toda a Aracaju
dormia, não poderia imaginar que debochados iriam se divertir à beça às 10h de
um dia que chegou fácil aos 30ºC.
Poderia ter sentado no quiosque quase em frente à cena, porém preferi
continuar caminhando e observando as estranhezas do Cirurgia.
Acredito que os despachantes, depois do histórico despacho de 6 metros
atrás da praça onde se situa os Tribunais (do Trabalho, da Justiça, de Contas...),
mudaram para outros pontos da capital sergipana. E agora, a cada esquina,
estamos nós, os poucos transeuntes de determinadas regiões, surpreendidos pela
graça misteriosa dos despachos.
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