Aquele momento
Existe uma hora, inevitável, em que o mundo vai girando tão rápido que é capaz de não sabermos exatamente o que estamos fazendo - só que devemos fazer.
E há aquele momento inexplicável que precede a correria e ao movimento. Um dado instante que passa cronologicamente rápido, mas psicologicamente devagar - tão devagar que podemos descrever nossos passos, falas e atos até aquele fatídico instante.
É nesse momento que concluímos o que vale a pena, o que foi desperdício de tempo, o que deveria ter sido feito de outro modo. Um instante que não é nada mais que efêmero e que diz muito a nosso respeito.
Para alguns esse instante é o prenúncio da morte. Para outros ocorre depois de uma grande decepção. Há aqueles que não se dão conta quando ele chega e os que só o fazem esperar.
É repetível (se não preceder a morte). É importante e desprezível.
É dispensável.
Nesse espaço temporal é que se pode perceber que Deus não existe, a não ser em nossa cabeça doente e problemática. E só quando tomamos consciência disso é que podemos seguir em frente, sem medo e sem apreensões.
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