Penedos

Maceió é a representação física de como o homem é capaz de destruir a qualidade de vida, a história e a tradição de um lugar e de um povo sob a fachada do “regionalismo”. Quem conhece a Capital, sabe o que digo. Por outro lado, os casarões e as pedras das cidades históricas como Penedo e Marechal Deodoro possuem um quê de descaso com a história e o povo locais, por parte da Governança, que pouco incentiva a população a viver a história com olhos para o futuro.
Link permanente da imagem incorporadaEm linhas curtas, Penedos ressalta em alto relevo as diferenças entre a antiga e nova Maceió, entre a modernidade e o classicismo de Penedo e as características próprias das terras alagoanas. O enredo da obra, no entanto, revela ao leitor o que é tão normal aos alagoanos – pais ausentes, geralmente de forma deliberada, em conflitos que deveriam ser familiares e uma “culpa” que não impede a perpetuação da mentira e do abandono. Vera Romariz, em seu Penedos, retrata muito bem esse dogma nunca abandonado pela cultura, diga-se, não só alagoana.
Entretanto, Penedos gera pouco interesse no leitor, possui certa morosidade que pode desgostar quem não curte nostalgias de cidades que, de certa maneira, só é boa na memória romanceada – como é o caso de Maceió. Além disso, a falta de alguns detalhes no decorrer dos parágrafos, a falta de intensidade e, em alguns casos, o sentimento de verdade nos diálogos é superficial demais.

É uma boa obra para quem quer uma leitura rápida; um tempo não tão bem empregado para quem busca entrar no estado de espírito da história e dos personagens.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reunião de faces

Maníaco do Parque: entre o personagem e o homem

Nada além do que virá