Quem disse que seria fácil?
Quando alguém entra em uma repartição pública, passa no vestibular, muda de emprego, resolve estudar ou simplesmente não fazer nada: o improvável acontece!
E de improvável em improvável, as coisas tornam-se difícil, ou ligeiramente complicadas, a ponto de um abismo de preguiça e desestímulo capaz de inviabilizar qualquer forma racional de conexão com a realidade simplória na qual estamos inseridos.
Ninguém ajudará, nem melhorará nada! Apenas acrescentará mais pedras ao açúcar e produzirá uma gama de teorias malucas, com certo fundamento nas teorias mais pessimistas da história humana e da loucura animal. Ninguém dirá o quanto isso é bom e como sofrer é benéfico para a alma. Não sei qual alma...
E toda caminhada é laboriosa, exaustiva,degradante. Deixa para os lados da estrada as razões iniciais de qualquer sentimento adjacente, fazendo novos seres nascer no mesmo corpo, mas com rostos e gestos diferentes.
Ninguém disse que seria fácil, mas também não disse que seria impossível. Não disse dos amores que ficam pelo caminho e daqueles que nunca saem da visão. Não disse dos sois que aparecem para aquecer ainda mais o asfalto no dia de verão em que você está atrasado e o mundo parece conspirar contra qualquer ação individual. Não disse que o mundo pararia para você chorar suas perdas ou cantarolar suas vitórias. Não disse que seu corpo seria uma ferramenta essencial, mas em declínio constante. Não disse o impossível e o não saber fazer era uma questão de visão.
Quem disse que seria fácil?
Se a facilidade fosse essencial, nada teria sentido e as conquistas seriam efêmeras, com pouco valor.
E o caminho continua, curvilíneo, derivado de muitas outras conquistas, cheio de mudanças bruscas e poucos alicerces, firmes e inabaláveis. É preciso integrar e voltar para o primitivismo de nossas ações, de quando em vez, buscar as razões e as respostas pretendidas, acalentar as perdas, escolher novas rotas, conservando-se na rota primal inerente a cada indivíduo.
Fácil?
Não peça para ser fácil se espera a glória das conquistas, só não deixe que sua memória e seu coração sejam sua bússola: eles são melindrados por coisa pouca, desvirtuando grandes paixões, pela lua, por sorvete, pela preguiça, por exemplo. Rotacione-se. Reinvente-se. Corrobore consigo mesmo, porque nada será fácil e o difícil é uma questão de visão.
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