Nosso Carnaval





Aproxima-se o Carnaval e tudo o que de bom e de ruim que pode originar uma festa popular nos será dado, de presente, mesmo que sem pedido. Da nudez às aberrações horrendas em todos os Estados dessa vasta Nação. E o que poderemos fazer para aproveitar tão maravilhosa festa?
Depende do que se pretende aproveitar: se das poucas roupas, se da multidão e do seu anonimato, se das músicas ou dos arrastões. É apenas uma questão de ponto de vista para que se possa desenvolver uma postura acerca do melhor lugar na festa popular. Mais uma vez teremos as drogas, o sexo, a pornografia pobre, as bebidas baratas, o suor e o analfabetismo tomando conta das ruas e avenidas de  cidades grandes e pequenas das cinco regiões do País. Com uma ressalva apenas para a comemoração carnavalesca do Norte, que é muito boa.
E como será o carnaval carioca sem o Joãosinho Trinta? Reorganizado e com muita criatividade!
No Nordeste teremos o maior bloco de rua, o Galo da Madrugada, arrastando milhares de pessoas pelas ruas pernambucanas. Na Bahia chiclete com Banana fará  a abertura oficial, totalmente gratuita, na quinta-feira. O que esperar de Alagoas? Morte e violência, obviamente, além daquela natural a qualquer aglomeração rueira.
Carnaval bom mesmo será aquele em que os participantes poderão brincar sem o risco de assaltos, estupros e Chacinas. Quimera esta!
Orgulhemos, pois, se não da segurança pública, da nossa beleza sem caráter, como bem nos define Macunaíma, da música e da alegria. Das belezas que podemos aproveitar sem o frio ininterrupto da Europa ou as desgraças da África e da Índia.
Nosso Carnaval dura mais tempo e com mais intensidade alcança os quatro cantos do planeta através do batuque em baterias de samba!
O ruim, esqueçamos!
Os bons, exaltemos e divirtamo-nos, porque ano que vem tem mais! Se, por acaso, esse for o último Carnaval, terá aproveitado.

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