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Dependência e imbecilidade

Criados para a extrema dependência, temos à disposição rede de Internet em quase todos os lugares, alimentos ultraprocessados fabricados para o vício e a doença, automóveis que nos limita e dá status social, casas inseguras e frágeis recobertas com a vergonha de não ser em um endereço valorizado. Dependentes e imbecilizados, a fome bate à nossa porta com força e insistentemente parece não querer ir embora. Vítimas de nossas próprias escolhas, estamos no caminho do degredo. Agora estamos em nossos lugares com o que se passou a considerar essencial- internet e um smartphone. Com um aplicativo ou dois fingimos felicidade e invejamos a vida alheia. Entre uma inveja e outra, deixamo-nos influenciar por alguém que diz que é melhor comprar muito mais coisas inúteis.  Quem sabe, na extrema pobreza que nos jogam (cada dia um pouco mais) e nos pretendem manter, possamos entender que há vida fora da fantasia virtual - se não for tarde demais.

A professora decadente

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Foto: Açude do Goiti. Foto da Internet Outro dia ouvi a interessante história de uma professora desesperada por atenção que pagou pelo afeto e apoio dos seus alunos. Segundo relato fidedigno, a desesperada professora desembolsou R$ 400,00 para pagar a festa junina dos seus amados alunos, muito embora esse amor todo não fosse recíproco. A festa junina, em um conhecidíssimo bar de Palmeira dos Índios, ocorreu com a sua presença – uma mulher de trinta anos que ainda quer ser o encanto dos rapazes de dezessete. Servindo como financiadora da bebedeira de menores e maiores de idade e sendo a chacota icônica de toda a juventude, a professora acreditava que estava sendo apenas cool – um ledo engano que ela perpetua em sua mente ingênua. Os relatos da festa incluíram as risadas sobre a corrupta docente que tentava trocar dinheiro, bebida e festas pelo apoio incondicional de alunos e colegas de trabalho. O ridículo da situação assentava-se ainda, em ação contínua, no fato de que os p...

A não-mística feira livre

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Foto: Feira livre de Palmeira dos Índios - AL. Rafael Rodrigo Marajá. Fev/2017 Os vendedores de beberagens mágicas, os ilusionistas, as dançarinas, os andarilhos, as histórias mirabolantes e os excêntricos desapareceram das feiras livres deixando para trás um vazio impreenchível pela tecnologia dos smartphones. Não é mais possível encontrar ciganas e trambiqueiros.  As feiras livres tornaram-se demasiadamente chatas, sem atrativos místicos e econômicos – um modelo obsoleto que ainda ocupa ruas e tempo da maioria das cidades. Há poucos produtos que ainda podemos comprar somente em uma feira livre – como o pastel e o caldo de cana. As pessoas estão sem a criatividade do vendedor que diverte, vende e cria novas formas de comunicação. Os místicos ambulantes deixaram as ervas, que a tudo curam e para tudo serviam, e abandonaram, de uma vez por todas, os mistérios que os envolviam para seres meros reprodutores de conteúdo da internet – isso quando não desapareceram. O que so...