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A bêbada do outro prédio

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Quadro: Square House, Amsterdam. James McNeill Whistler. 1889. Às 15h a bêbada do outro prédio liga o aparelho de som e programa-o em três músicas, da Elis Regina e da Alcione (de vez em quando aparece também o Belchior), e começa, então, o suplício dos moradores do cortiço vermelho. As mesmas músicas são repetidas indefinidamente enquanto a bêbada consegue andar ou ter consciência e isso pode durar até dois dias, considerando as noites. A bêbada não tem muita noção de tempo quando se entrega à depravação, à bebida e ao ócio. Tudo o que ela quer é ouvir as mesmas músicas, no último volume, e incomodar os vizinhos avisando-os, por meio de sinais diversos, que ela não está nem aí para as convenções sociais. Não demora muito, a partir do momento em que o som é ligado, e ela começa a ter discussões ferrenhas com o marido (se for realmente marido). Palavrões e xingamentos dos mais vulgares saem pela janela dela e entram nas dezenas de janelas vizinhas. Uma forma muito interessante...

Verão particular

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IFAL - Palmeira dos Índios. Alagoas "Caia a tarde feito um viaduto E um bêbado trajando luto" O Bêbado e a Equilibrista O verão tem umas belezas bem particulares! A luz nem sempre tão amena, o calor nem sempre tão confortável. A brisa? Nem vou citar porque existem lugares que sequer corre uma. Tem mais. E sempre tem mais. Tem discussões acerca de fotografias. Tem a melancolia de um fim efêmero. Tem a incapacidade diante do inevitável. Tem luto. Tem amores findos. Tem pernas que não sabem aonde ir. Tem nuvens. O fim de um dia tem aquela mistura complicada de cores, sonhos, vontades. É um poço sem fundo. O que resta depois do sol é algo que ainda não se descobriu; a noite não deixa.