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As pessoas tendem a esquecer, nas mentiras e ilusões que inventam, aquilo que era seu firme alicerce, sua maior razão de sorrir. O brilhantismo de uns olhos que um dia você conhece acaba em outro, sem explicações, sem muitas palavras. Apenasmente acaba. Nos sentidos dos bancos de praças, que resistem aos anos, aos consentimentos de casais efêmeros, ao fim da vida das árvores, aos segredos que se tornam públicos, passa a não existir a tranquilidade daquilo que se quer ter, em um sempre que termina ao longo de uma contínua evolução individual, mas que permanece livre de qualquer modismo. Nas praças onde dormem mendigos nas noites sem chuva, nos mesmos bancos em que corpos abandonados ao álcool, sentam-se também os que têm para onde e que terminam, sem explicações, suas vidas. E, entre lágrimas que molham o rosto, vindas do mais profundo sorriso, daquelas outras lágrimas que surgem de um corte igualmente profundo, de palavras que se perderam no vento, ou derreteram como sorvete expos...