Além da fronteira do amor romântico
Há eventualidades que o amor romântico ocidentalizado jamais alcançará. Questões básicas de não colonização do outro que foge completamente aos axiomas de uma sociedade pautada na posse, na propriedade e na dominação do outro e de suas preferências. Dono de si, o outro dispõe de vontade que, às vezes, é soterrada em escombros de deveres, afazeres, aparências e quereres alheios. Extirpado de sua verdadeira natureza, esse outro, não raro e por períodos consideráveis de tempo, acaba esquecendo quem é e qual seu papel no contexto social no qual está inserido. O amor romântico ocidentalizado, onde o sexo tem regras rígidas e paulatinamente ensinado indiretamente em escolas e hipocritamente renegado em espaços pseudo religiosos, é uma flâmula hasteada em pleno mar seco, onde a vida é incapaz de prosperar. Em certas madrugadas, onde nem mesmo o homem consegue inventar um deus onipresente e mítico e as fronteiras desse amor romântico acabam, somente as eventualidades de uma vi...